Proposta 01
Proposta 01
Texto 01
Comida
Titãs
Bebida é água!
Comida é pasto!
Você tem sede de que?
Você tem fome de que?...
A gente não quer só comida
A gente quer comida
Diversão e arte
A gente não quer só comida
A gente quer saída
Para qualquer parte...
A gente não quer só comida
A gente quer bebida
Diversão, balé
A gente não quer só comida
A gente quer a vida
Como a vida quer...
Bebida é água!
Comida é pasto!
Você tem sede de que?
Você tem fome de que?...
A gente não quer só comer
A gente quer comer
E quer fazer amor
A gente não quer só comer
A gente quer prazer
Prá aliviar a dor...
A gente não quer
Só dinheiro
A gente quer dinheiro
E felicidade
A gente não quer
Só dinheiro
A gente quer inteiro
E não pela metade...
Bebida é água!
Comida é pasto!
Você tem sede de que?
Você tem fome de que?...
A gente não quer só comida
A gente quer comida
Diversão e arte
A gente não quer só comida
A gente quer saída
Para qualquer parte...
A gente não quer só comida
A gente quer bebida
Diversão, balé
A gente não quer só comida
A gente quer a vida
Como a vida quer...
A gente não quer só comer
A gente quer comer
E quer fazer amor
A gente não quer só comer
A gente quer prazer
Prá aliviar a dor...
A gente não quer
Só dinheiro
A gente quer dinheiro
E felicidade
A gente não quer
Só dinheiro
A gente quer inteiro
E não pela metade...
Diversão e arte
Para qualquer parte
Diversão, balé
Como a vida quer
Desejo, necessidade, vontade
Necessidade, desejo, eh!
Necessidade, vontade, eh!
Necessidade...
Texto 02
FOME
Não foi na Sorbonne nem em qualquer outra universidade sábia que travei conhecimento com o fenômeno da fome. A fome se revelou espontaneamente aos meus olhos nos mangues do Capibaribe, nos bairros miseráveis do Recife - Afogados, Pina, Santo Amaro, Ilha do Leite. Esta foi a minha Sorbonne. A lama dos mangues de Recife, fervilhando de caranguejos e povoada de seres humanos feitos de carne de caranguejo, pensando e sentindo como caranguejo.
E foi assim que, pelas histórias dos homens e pelo roteiro do rio, fiquei sabendo que a fome não era um produto exclusivo dos mangues. Que os mangues apenas atraíram os homens famintos do Nordeste: os da zona da seca e os da zona da cana. Todos atraídos por esta terra de promissão, vindo se aninhar naquele ninho de lama, construído pelos dois e onde brota o maravilhoso ciclo do caranguejo. E quando cresci e saí pelo mundo afora, vendo outras paisagens, apercebi-me com nova surpresa que o que eu pensava ser um fenômeno local era um drama universal. Que a paisagem humana dos mangues se reproduzia no mundo inteiro. Que aqueles personagens da lama do Recife eram idênticos aos personagens de inúmeras outras áreas do mundo assolados pela fome. Que aquela lama humana do Recife, que eu conhecera na infância, continua sujando até hoje toda a paisagem de nosso planeta como negros borrões de miséria: as negras manchas demográficas da geografia da fome.
(texto adaptado) Disponível em: www.josuedecastro.com.br
Texto 03
O BICHO
Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.
Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.
O bicho não era um cão,
Não era um gato,
Não era um rato.
O bicho, meu Deus, era um homem.
Manuel Bandeira
Texto 04
Fome de Saber
Do mundo quero conhecer o universo.
Não me atenho a um único momento
Tenho fome de conhecimento
Anseio pelo futuro,
Mas vivo um dia de cada vez no presente,
Pois estudo o passado.
Anéis de Saturno,
Gelo em Marte,
Monolito para hominídeos,
Relatividade tempo-espaço
Impérios, Sociedades, Civilizações
Cultura, música, cinema, teatro…
Livros… Ah, os livros…
Companheiros de todas as horas,
Desde a compreensão das primeiras letras.
Os números nunca foram lá muito meus amigos,
Mas eu sei que os três ângulos internos
De um triângulo somam 180º
E o quadrado dos catetos é conclusão em quadrada hipotenusa.
Agradeço, em ato genuflexo, a meus ancestrais pela forma
Como ando sobre as patas traseiras.
Tenho a mais importante ferramenta, o polegar opositor.
Falo uma das mais, senão, a mais melodiosa das línguas que a humanidade já inventou.
É a minha pátria a língua portuguesa; porém, Brasileira.
Quero aprender mais
Conhecer
Apreender
Saber
Enfim, pensar e ser.
Só sei que nada sei…
http://recantodaspalavras.com.br/2008/09/14/fome-de-saber/
Tema
A partir da interpretação, da relação entre os textos e o seu conhecimento de mundo e da organização de suas ideias, desenvolva um texto dissertativo-argumentativo sobre o seguinte tema:
Em pleno século XXI, temos fome de quê? Como saciar essa fome?
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